Abuso de benzodiazepínicos e suas consequências
ESF Dr. German Alcoba Salgado
Dra. Gabrielly Ribeiro Parapuã, 24 de fevereiro de 2023
Insônia
Dificuldade de iniciar ou manter o sono, podendo ser transitória ou persistente.
Pode ser causada por doenças mentais como ansiedade ou depressão ou comorbidades clínicas como apneia do sono.
Pode iniciar após um episódio de estresse, perda, mágoa ou outras mudanças.
O tratamento especifico não é sempre necessário, e quando indicado deve ser realizado por um curto período de tempo.
O que são os benzodiazepínicos?
São medicações de uso controlado que atuam no cérebro diminuindo sua atividade e causando efeito sedativo, relaxantes, ansiolíticos e anticonvulsivantes.
Muitas vezes são prescritos para:
Transtornos ansiosos
Dificuldade de dormir
Epilepsia
Dependência de álcool e drogas
Entre outros…
Quais são os benzodiazepínicos?
Diazepam
Alprazolam
Clonazepam
Lorazepam
Midazolam
Bromazepam
Quais são os efeitos colaterais mais comuns?
Diminuição da atenção e memória
Delírios e alucinações
Lentidão
Falta de coordenação motora
Amnésia
Sonolência diurna
Ressaca ao despertar
Dor de cabeça
Visão borrada
Náuseas e vômitos
Desconforto gástrico
Pesadelos
Euforia
Inquietação
Paranoia
Dependência e abuso
Uso abusivo dos benzodiazepínicos
Uso superior a 4-6 semanas pode levar a tolerância, abstinência e dependência
Dificuldade de reduzir ou suspender a medicação
Necessidade de aumento da dose
Por vezes, os efeitos colaterais podem ser piores do que a doença tratada
A sedação constante pode causar confusão, agressividade e agitação
O efeito residual da medicação utilizada à noite pode ocasionar tonturas, confusão e dificuldade de locomoção, aumentando o risco de quedas e fraturas
Quanto maior o tempo de uso e maiores as doses, maior é o risco de tolerância
O que a abstinência da medicação pode causar?
Zumbido
Náusea
Vômitos
Tremores de mãos
Tensão muscular
Tontura
Letargia
Ansiedade
Agitação
Depressão
Insônia
Prejuízos de memória
Por que parar o uso?
Não se justifica o uso de benzodiazepínicos por longos períodos, exceto em situações especiais
Pacientes que conseguem ficar livres da medicação por pelo menos 5 semanas apresentam redução dos níveis de ansiedade e melhora na qualidade de vida
O seu uso abusivo também se trata de uma dependência química
Maior produtividade e capacidade de concentração e memória
Menor risco de quedas e acidentes automobilísticos
Como parar?
Seguir as orientações de higiene do sono
Retirada gradual da medicação (1/4 da dose por semana)
Mudança nos hábitos de vida
Possivelmente troca da medicação até sua retirada total
Compensação de outros quadros clínicos
Se necessário, acompanhamento com psicólogo e/ou psiquiatra
Melhora do convívio social e busca de novas atividades
Higiene do sono
Ir se deitar apenas quando estiver sonolento
Usar o quarto e a cama apenas para dormir ou ter relações sexuais
Se não dormir após 20-30 minutos após deitar ou acordar, sair do quarto
Usar o despertador para acordar sempre no mesmo horário todas as manhãs
Não tirar cochilos durante o dia
Evitar o uso de cafeína ao fim da tarde ou à noite
Evitar exercícios físicos, nicotina, álcool e grandes refeições pelo menos 2 horas antes de dormir
Aumentar as atividades diurnas
Reduzir o número de cochilos
Até 30 minutos
Não ocorrer após as 14h
Beber bebidas quentes e descafeinadas à noite (chás, leite quente, etc)
Ir ao banheiro antes de dormir
Ter horário para dormir
Terapia comportamental, se possível
Referências:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/8809/1/Elissa%20Ney%20Mariano.pdf
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/7592/1/3167.pdf
https://www.fmb.unesp.br/Home/ensino/Departamentos/ Neurologia,PsicologiaePsiquiatria/ViverBem/Consenso_benzodiazepinicos.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843 /VRNS-9RPD8G/1/tcc_ana.pdf
Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica - Kaplan
& Sadock